SINHÁ MOÇA – 2ª versão
Autoria: Benedito Ruy Barbosa
Adaptação: Edmara Barbosa e Edilene Barbosa
Direção: Marcelo Travesso e Luiz Pilar
Direção geral: Rogério Gomes
Direção de núcleo: Ricardo Waddington
Cenografia: Mario Monteiro, Alexandre Gomes, Mauricio Rohlfs e Kaká Monteiro
Figurino: Helena Gastal
Direção de fotografia: Sergio Tortori
Direção de iluminação: Luciano de Souza Xavier
Direção de arte: Mario Monteiro
Direção musical: Mariozinho Rocha
Caracterização: Lindalva Veronez
Edição: George Hamilton, César Malveira e Alberto Gouvêa
Sonoplastia: Nelson Zeitoune e Irla Leite
Efeitos visuais: Gerald Kohler
Efeitos especiais: Gilson Figueiredo
Abertura: Hans Donner, Alexandre Pit Ribeiro e Roberto Stein
Período de exibição: 13/03/2006 – 14/10/2006
Horário: 18h
Nº de capítulos: 185
ELENCO
Bruno Gagliasso – Ricardo
Caio Blat – Mário
Carlos Vereza – Augusto
Chico Anysio – Everaldo
Creo Kellab – escravo
Danton Mello – Rodolfo
Débora Falabella – Sinhá Moça
Elias Gleizer – Frei José
Eriberto Leão – Rafael (Dimas)
Fabrício Boliveira – Bastião
Fernando Petelinkar – Tibúrcio
Humberto Martins – feitor Bruno
Isis Valverde – Ana do Véu
Jackson Antunes – delegado Antero
Mauricio Gonçalves – capitão do Mato
Milton Gonçalves – Pai José
Osmar Prado – Barão de Araruna
Othon Bastos – Coutinho
Patricia Pillar – Baronesa Cândida
Reginaldo Faria – Dr. Fontes
Sérgio Menezes – Fulgêncio
Vanessa Giácomo – Júliana
Zezé Motta – Virgínia
TEMA
Declínio do Império; Escravidão; Abolição; Final do século XIX;
SINOPSE
“Sinhá Moça” aborda temas como escravidão, amor, política e liberdade. A história se passa em 1886 e tem como personagem central Sinhá Moça (Débora Falabella). A jovem é filha do maior escravocrata e dono de terras da pequena Araruna, o poderoso coronel Ferreira, conhecido como barão de Araruna (Osmar Prado), e da bela e submissa Cândida (Patrícia Pillar). A narrativa começa quando Sinhá Moça, depois de concluir seus estudos na capital da província, volta à Araruna de trem. Durante a viagem, ela conhece o jovem advogado Rodolfo (Danton Mello) e apaixona-se por ele à primeira vista. Ao chegarem à estação da pequena cidade, os dois se separam.
Sinhá Moça tem ideais abolicionistas e declara-se contra às atitudes e convicções políticas de seu pai, deixando-o enfurecido. Rodolfo, por sua vez, compartilha dos mesmos ideais da bela filha do coronel, mas, para aproximar-se de Sinhá Moça, decide fingir ser monarquista e defender a escravidão. Essa é a alternativa que o rapaz encontra para conquistar a confiança do barão de Araruna e, assim, aproximar-se de seu grande amor. Sinhá Moça, por sua vez, fica decepcionada ao ver que o homem por quem se apaixonou tem idéias tão contrárias às suas.
Após muitos desencontros, Sinhá Moça e Rodolfo finalmente se entendem. Os dois se casam, têm um filho e, juntos, passam a lutar pela libertação dos escravos. A trama de Sinhá Moça se desenrola ao longo de um período de dois anos e termina quando a abolição da escravatura é assinada, em 13 de maio de 1888.
CURIOSIDADES
– Para recriar o século XIX, retratado pela novela, a equipe de produção baseou-se em uma pesquisa de época rigorosa sobre o final do Império, os cafezais e a mão-de-obra escrava vigente. Duas antigas fazendas em Bananal, São Paulo, serviram de locação para a novela. Uma era cenário da casa do barão de Araruna e a outra, do fazendeiro Coutinho. A novela também teve cenas gravadas nas cidades de Três Rios (RJ) e Campinas (SP).
– Uma cidade cenográfica de 8.868m foi erguida no Projac, Rio de Janeiro, e era composta por construções coloniais e neoclássicas, dois estilos da época. Os ambientes eram iluminados por lamparinas e castiçais. As louças, talheres, copos e roupas de cama que compunham as cenas, cuidadosamente selecionados pela equipe de produção de arte, também marcavam bem a época. Para a iluminação, foi criado um sistema especial de tochas a gás, que era montado no estúdio e recriava a luz de uma época sem luz elétrica.
– Em contraste com a vida dos ricos fazendeiros, as senzalas eram escuras e sujas. Para dar maior realidade às cenas de tortura, foram reproduzidos grilhões de pé e outros instrumentos usados para esse fim.
– Algumas máquinas antigas de café também foram especialmente consertadas pela equipe de efeitos especiais e visuais da novela. Para entrarem em cena, as máquinas ganharam motores novos, mas mantiveram os mesmos princípios de fabricação para funcionarem nas fazendas dos senhores de café.
– Para o trabalho de figurino e a caracterização dos personagens também foi realizada uma pesquisa minuciosa sobre hábitos e costumes das mulheres e dos homens da época. Através de pinturas, livros, fotografias e outras fontes, a equipe recriou roupas, cabelos e maquiagens que marcaram a época. Rendas, bordados e anáguas armadas vestiam as mulheres da aristocracia, que copiava o modelo europeu. A maquiagem era leve, quase imperceptível, e, nos cabelos, o coque era o penteado mais comum. As mulheres casadas saíam sempre com as madeixas presas. Apenas as solteiras podiam exibir seus cabelos. Algumas atrizes mudaram o visual e lançaram mão do aplique para compor suas personagens. Patrícia Pillar, Débora Falabella, Lu Grimaldi e Isis Valverde adotaram cabelos longos para a novela. Os homens, por sua vez, apresentavam cabelos cheios e vestiam-se sempre de terno.
– A caracterização dos escravos também exigiu atenção especial. Os que serviam à Casa Grande, por exemplo, vestiam-se de forma mais arrumada. Já os que trabalhavam no campo, usavam roupas simples e remendadas. Para estes, optou-se pelo algodão rústico e por um linho mais pesado, envelhecido e tinturado, dando um ar desleixado às peças.
– Sinhá Moça inovou em sua linguagem visual: tratada por programas de computador na fase de pós-produção, a imagem ganhou um efeito de película.
– A novela Sinhá Moça já havia sido exibida pela TV Globo, em 1986. A história foi adaptada do livro homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes por Benedito Ruy Barbosa. Para o remake, Edmara Barbosa e Edilene Barbosa fizeram uma nova adaptação a partir do texto original do autor.
– Assim como aconteceu no remake de Cabocla, exibido pela Rede Globo em 2004, Benedito Ruy Barbosa contou com o trabalho de suas filhas, Edmara e Edilene Barbosa, que adaptaram o texto original de Sinhá Moça que ele escrevera em 1986. A primeira versão da novela exibida pela TV Globo teve direção de Reynaldo Boury e Jayme Monjardim. Edmara Barbosa integrou a equipe como colaboradora de Benedito Ruy Barbosa.
– Na primeira versão da novela, o casal Rodolfo e Sinhá Moça era formado por Marcos Paulo e Lucélia Santos.
– A atriz Patrícia Pillar, que deu vida à baronesa Cândida, integrou o elenco da primeira versão da novela, como Ana do Véu. Gésio Amadeu e José Augusto Branco também participaram das duas versões, assim como Milton Gonçalves, que interpretou o mesmo personagens nas duas produções: o Pai José.
– Para garantir o mistério sobre o rosto da personagem Ana do Véu, os diretores selecionaram para o papel uma atriz desconhecida do público. Isis Valverde foi escolhida através de testes.
– Em 2006, a novela foi indicada ao prêmio Emmy Internacional na categoria série dramática. Foi a primeira telenovela brasileira inscrita na competição. Milton Gonçalves também concorreu ao prêmio, na categoria melhor ator, por seu desempenho como Pai José. Na cerimônia de premiação, Milton Gonçalves apresentou o prêmio de melhor programa infantil/adolescente ao lado da atriz Susan Sarandon. Foi a primeira vez que um brasileiro apresentou um prêmio Emmy Internacional.