Profa. Ms Cintia M. S. Palma
Profa. Mariana A. Costa
– em construção –
Ano: 1992
Escrita por: Gilberto Braga e Sérgio Marques.
Colaboração: Ricardo Linhares e Ângela Carneiro.
Baseado no livro de: Zuenir Ventura, Alfredo Sirkis
Direção: Dennis Carvalho, Ivan Zettel e Sílvio Tendler.
Direção geral: Dennis Carvalho.
Transmissão: Rede Globo (14 de julho e 14 de agosto de 1992)
Total de capítulos: 20.
SINOPSE
O cenário é o Rio de Janeiro da classe média e a trama segue o romance entre os jovens Maria Lúcia e João Alfredo, e a trajetória de um grupo de colegas do tradicional Colégio Pedro II, desde 1964, quando se formam e se instala no Brasil o violento regime de ditadura, até 1979, altura em que a política governamental terá já influenciado definitivamente suas vidas.
O destino dos personagens está diretamente ligado ao momento político do país, que não atua, na minissérie, apenas como pano de fundo, como ocorreu com o período histórico da minissérie Anos Dourados, também de Gilberto Braga.
ELENCO
Malu Mader – Maria Lúcia Damasceno
Cássio Gabus Mendes – João Alfredo Galvão
Cláudia Abreu – Heloísa Andrade Brito
Kadu Moliterno – Professor Inácio Avelar
Marcelo Serrado – Edgar Ribeiro
Deborah Evelyn – Sandra
Geórgia Gomide – Zuleika
Marcelo Novaes – Olavo
Roberto Pirillo – Capitão Rangel
Stepan Nercessian – Caramuru
Betty Lago – Natália Andrade Brito
Gianfrancesco Guarnieri como Dr. Salviano
José Wilker como Fábio Brito
Odilon Wagner – Ralf Haguenauer
Suzana Vieira – Mariana
Eva Wilma – Joana
Maria Padilha – Maria Satamini
Herson Capri – Comandante
Maria Rita – Zilá
TEMA
Ditadura no Brasil; classe média, juventude, década de 60 e 70; militância política; movimento estudantil; 1968.
CURIOSIDADES
– Exibida entre 14 de julho e 14 de agosto de 1992, em 20 capítulos.
– A excelente reconstituição de época, o roteiro muitíssimo bem adaptado pela TV pelas mãos de Gilberto Braga, a direção impecável de Dênis Carvalho e um elenco afiadíssimo foram o ponto alto desta minissérie para TV, considerada antológica.
– A maioria das cenas foram filmadas em estúdio.
– A minissérie foi inspirada nos livros: 1968 – O Ano que Não Terminou, de Zuenir Ventura, e Os Carbonários, de Alfredo Sirkis.
– O Teatro Opinião e parte do cinema Paissandu foram reconstituídas pelo cenógrafo Mário Monteiro e pela produtora de arte Cristina Médicis.
– O cineasta Sílvio Tendler, através de uma extensa pesquisa em fotos, recortes de jornais, e arquivos da própria TV Globo, Cinemateca Brasileira de São Paulo e Arquivo Nacional, foi o responsável pelos fotogramas em preto e branco que eram transmitidos ao longo da minissérie:
Achei o convite do Gilberto Braga curioso e, ao mesmo tempo, genial. Afinal, tenho o maior interesse em recuperar fotograma por fotograma da história do Brasil, seja na televisão ou no cinema. E “Anos Rebeldes” vai possibilitar isso, já que é uma minissérie ambientada no Rio de Janeiro, entre 1965 e 1978 (Sílvio Tendler, na época da estréia).
– Algumas cenas foram gravadas a preto e branco e em 16 mm para fundir com o material de arquivo.
– Pouco tempo antes de sua estréia, a minissérie teve que ser reescrita do 11º ao 14º capítulos. O vice-presidente de operações da TV Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni), quis que o Gilberto Braga a reescrevesse, pois, de acordo com ele, o autor havia exagerado na parte política e deixado o romance, fio condutor da trama, de lado. As gravações tiveram de ser temporariamente suspensas.
– Anos Rebeldes ganhou uma versão literária, adaptada por Flávio de Campos. O livro homônimo foi lançado pela Editora Globo, em 29 de julho de 1992.
– Isabel Diegues, filha de Nara Leão e Cacá Diegues, interpretou a mãe na minissérie.
– Um fato curioso é que, durante a exibição da minissérie, jovens foram às ruas, pedir pelo impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Mello. Coincidência ou não, os jovens cara-pintada ganharam a parada e o presidente foi deposto na terça-feira, de 29 de setembro de 1992, um mês e meio após o término da minissérie. Todos associaram a queda do presidente à exibição da minissérie, que teria incentivado os jovens a se rebelarem. Inclusive, de acordo com a Folha de S. Paulo, os manifestantes cantavam “Alegria Alegria”, de Caetano Veloso, música que fora tocada na minissérie, e repetiam os mesmos slogans da época.
– Para melhor compor seus personagens, alguns atores tiveram aulas de política, sendo que o elenco foi reunido em torno de Bete Mendes, Francisco Milani e Gianfrancesco Guarnieri, que foram participantes ativos durante a época.
– A redação do jornal Última Hora, que havia sido encerrado pouco tempo antes, foi utilizada como cenário.
– Em 2003, foi lançado um box com três DVDs contendo uma versão compacta da minissérie, além de uma entrevista com parte do elenco.
Anos Rebeldes é considerada a continuação de Anos Dourados, minissérie exibida em 1986, que retratava os anos 50.